terça-feira, 30 de março de 2010

Você tem coragem para matar golfinhos?



Os japoneses, em Taiji, têm.

Por sugestão da minha filha Natália, 13 anos, assisti esse documentário hoje. Dizer que fiquei chocado, não expressa todo sentimento de contrariedade e tristeza que invadiram meu coração. The Cove, mostra a matança de golfinhos no Japão.

Durante toda minha vida, até hoje, sempre admirei o Japão, por sua cultura e educação. Não vou culpar toda a nação japonesa pela vergonha que Taiji, província onde os golfinhos são assassinados, imputou a moral do povo japonês, em minha opinião.

Responsabilizo o governo de tão poderosa nação. São culpados o prefeito da cidade, os vereadores, os pescadores da região e todos os japoneses responsáveis por essa brutalidade e todos aqueles que a ignoram.

São hilárias as explicações dadas pelas autoridades locais, coniventes com o ato absurdo dos pescadores de Taiji, inclusive a polícia, para tentar justificar a matança. Uma delas, aliás, a mais estapafúrdia possível, é definirem os golfinhos e as baleias como "uma praga", por comerem peixes demais no oceano. Não é brindadeira não, está lá no documentário.

A matança dos mamíferos inteligentes, ato hediondo, mancha, vergonhosamente, sua bandeira. Transformam, seu sol nascente, num mundo de trevas, cada vez que arpoam um golfinho, em sua bahia sangüinária.

O documentário foi brilhantemente idealizado e produzido, em 2009, por Louie Psihoyos, Fisher Stevens e O’Barry Richard. Ganhou o Oscar de melhor documentário, em 2010.

The Cove, o filme original.

Major Medina.

quinta-feira, 4 de março de 2010

A polêmica dos aumentos salariais na BM.


Ao abrir meu e-mail pessoal, hoje à tarde, deparei-me com várias mensagens de fontes brigadianas diversas, tratando de uma polêmica estabelecida com um pacote de aumento salarial de soldados e oficiais superiores da BM, gestado pelo atual Governo do Estado do RS, nos últimos três meses.

Lamento ler nessas mensagens, uma contundente divisão entre oficiais e praças da BM. Penso que toda essa discórdia e divisão tem sua origem no Governo Collares (1991-1994). E digo isso, não com o intuito de criticar o governador Alceu Collares, para mim, um homem de bem. Penso que foi mal assessorado quando levaram-lhe a idéia de aumentar somente o salário dos oficiais superiores da BM, quando saiu a merecida isonomia salarial entre delegados de polícia e os promotores de Justiça do Estado, na época. Aos oficiais superiores da BM foi estendido o benefício dessa isonomia. O resto da tropa ficou de fora. Ali se quebrou histórico princípio da verticalidade, na BM, ou seja, a partir do salário de coronel da BM, todos os salários dos demais postos e graduações eram indexados a este salário, recebendo um percentual do salário do coronel.

Na época, a BM tinha uma disciplina mais forte e os protestos foram comedidos e silenciosos dentro da corporação.

A partir daí a coisa foi só piorando, com a ausência de uma política permanente de Estado, na área de segurança pública. Os anos se passaram e a BM ficou com o título que ostenta hoje, dos salários de polícia mais baixos do Brasil. Alguns governantes do nosso querido RS, agravaram a situação, dando aumentos diferenciados para soldados, sargentos, tenentes, capitães e oficiais superiores. Aumentaram assim, a cizânia entre os postos e as graduações.

Desde 1991, nunca deveríamos ter permitido aumentos diferenciados. O mesmo percentual de reajuste concedido pelo Governo ao soldado, deveria ter chegado ao coronel. O mesmo percentual de aumento concedido ao coronel, deveria ter chegado ao soldado.

Onde vamos parar? Sinceramente, não sei. Lamentavelmente, alguns governantes improvizaram na matéria da segurança pública. Não tiveram o devido respeito com a sociedade, nesta área de vital importância para a saúde do Estado e, não tiveram respeito também com o próprio policial, seja ele, militar, civil, perito criminalistico ou agente penitenciário.

Fica o desejo de união. União entre oficiais e praças para que superem este momento difícil de nossa história policial militar, com o devido respeito entre si.

Major Aroldo Medina - 25 anos de serviço ativo na BM.